Sistema 'BBB' cai no gosto de Ribeirão Preto
Sistema de vigilância no Centro de Ribeirão já flagrou diversos criminosos em ação; semana passada traficante foi preso em flagrante (foto: F.L.Piton / A Cidade)
Sorria, afinal é apenas uma questão de tempo para ser filmado. Hoje, há câmeras em postes, lojas, postos de combustíveis, estacionamentos e até o Cemitério da Saudade, com as suas 12 câmeras, é mais vigiado do que todo o Quadrilátero Central, que tem 19.
Para quem está sujeito a roubos, o uso de câmeras de vigilância é um recurso eficiente e que se tornou imprescindível para restringir a ação de assaltantes.
No entanto, para quem pensa na profusão de câmeras que vigiam os nossos movimentos, como um Grande Irmão revivido, a situação merece um pouco mais de reflexão.
Entre os defensores das câmeras de vigilância estão a Polícia Militar (PM), Prefeitura, (Acirp) Associação Comercial e Industrial, por exemplo. Isso sem contar com vítimas tradicionais, como os postos de combustíveis, como um localizado no Ribeirão Verde, assaltado duas vezes no mesmo fim de semana, em junho.
“É um recurso muito eficiente, que ajuda muito na segurança”, disse Rene Abad, dono de um posto em Ribeirão Preto e vice-presidente da Brascombustíveis (Associação Brasileira do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e Lubrificantes). “Ninguém hoje tem mais uma ou duas. No meu posto, por exemplo, tenho 18”, completou.
O comércio e a indústria também veem com bons olhos as câmeras. “Além de inibir e dificultar a ação de bandidos, as câmeras ajudam a apurar possíveis crimes flagrados nas imagens, auxiliando o trabalho de Polícia”, disse o presidente da Acirp, Antonio Carlos Maçonetto.
Febraban
Ao lado dos postos de combustíveis, as agências bancárias são os grandes alvo da ação de quadrilhas. Ontem, no início da tarde, o A Cidade enviou um e-mail à Febraban (Federação Brasileira de Bancos) solicitando informações a respeito da importância ou não do uso de câmeras de segurança. No entanto, até as 21h de ontem, a entidade não havia enviado qualquer tipo de comunicação.
Ao lado dos postos de combustíveis, as agências bancárias são os grandes alvo da ação de quadrilhas. Ontem, no início da tarde, o A Cidade enviou um e-mail à Febraban (Federação Brasileira de Bancos) solicitando informações a respeito da importância ou não do uso de câmeras de segurança. No entanto, até as 21h de ontem, a entidade não havia enviado qualquer tipo de comunicação.
Centro tem vigilância eletrônica
Para quem faz o policiamento da cidade, as câmeras são uma bênção. “Nos últimos 18 meses não tivemos nenhum homicídio no Centro”, disse o capitão Henrique Carvalho, para quem as câmeras agem como um inibidor de ações criminosas. “Não conheço nenhuma cidade do tamanho de Ribeirão Preto onde algo assim tenha acontecido”, completou.
O oficial da PM é o responsável pela Operação Olhos de Águia, que usa 19 câmeras de alta tecnologia para vigiar o Centro. O projeto reside em uma parceria da PM, Acirp e Prefeitura.
Apesar da importância das câmeras, Carvalho disse que o sucesso desse tipo de operação também está na participação da população para relatar a existência de atitudes suspeitas ou crimes.
População aprova as ‘espiadinhas’
Os ribeirão-pretanos convivem bem com os ‘bisbilhoteiros’ eletrônicos espalhados pelo Centro da cidade.
Segundo a Prefeitura, até ontem nenhum cidadão registrou qualquer reclamação relacionada com invasão de privacidade vinda das câmeras de vigilância.
Apesar disso, as 19 “Speed Dome” controladas pela Polícia Militar já foram alvo de ações de vândalos e, até, postas fora de combate em acidentes de trânsito, após a colisão de carros com os postes onde estão instaladas.
Por meio de convênio, a Prefeitura pretende instalar mais duas câmeras na avenida Nove de Julho.
Análise - Câmera não inibe crime
O uso de câmeras para fins de vigilância em grandes cidades não é novo. Na verdade, desde as décadas de 1970 e 1980 elas vêm sendo um elemento comum na paisagem urbana dos Estados Unidos e Europa. Estima-se, que Londres tenha quatro milhões delas.
O uso desse tipo de equipamento pode ser considerado uma tendência mundial, pela sua capacidade de registrar atos criminosos, como uma arma para gerar provas.
No entanto, a sua importância reside apenas aí, como algo que auxilia na comprovação de uma conduta criminosa. Não acho, por exemplo, que as câmeras de vigilância funcionem como inibidoras de atos criminosos. Na minha opinião, a adoção de medidas preventivas ainda é a melhor solução para que possamos reduzir os atuais índices de criminalidade nas nossas cidades.
Acho que treinar a nossa polícia de modo a torná-la mais eficiente na resolução de homicídios, pode ser um caminho igualmente importante. Luiz Flávio Gomes, 58 anos, jurista.
O evento é um debate de ideias e soluções para os principais problemas que afetam Ribeirão Preto.
Fonte: (Jornal a Cidade)
