
Hoje nossa colunista Marcela Piston inicia um assunto que deixa alguns instrutores inseguros: alunas gestantes!
A gravidez produz inúmeras modificações no organismo da mulher, fazendo com que se sintam pouco atraentes, pesadas e com movimentos descoordenados.
As mulheres que já praticavam atividade física e nunca sofreram aborto espontâneo podem continuar as atividades após adaptação ao seu novo estado. Já as sedentárias devem iniciar após a 12ª semana de gestação (ambos os casos com autorização médica).
Embora as gestantes sejam orientadas a adotarem atividades físicas diárias, não existe nenhuma atividade ou padrão de exercícios propriamente desenvolvidos para gestantes. A única certeza que se tem é a de que nós, profissionais que vamos trabalhar com gestantes, devemos proporcionar a elas uma atividade física agradável e segura, respeitando a individualidade e, principalmente, obedecendo regras básicas de bom senso.
Precisa-se ter em mente o processo que acontece durante a gestação e suas profundas alterações metabólicas e hormonais, modificando respostas às atividades físicas.
Benefícios da atividade física para gestantes:
- Menor ganho de peso e adiposidade materna;
- Diminui o risco de diabetes;
- Menor risco de parto prematuro;
- Menor duração da fase ativa do parto;
- Diminuição da incidência de cesárea;
- Melhora a capacidade física;
- Melhora autoestima e bem-estar;
- Melhora a resistência muscular e cardiorrespiratória;
- Diminui o risco de inchaço nas pernas;
- Diminui o risco de depressão;
- Melhora a circulação sanguínea;
- Ampliação do equilíbrio muscular;
- Alívio nos desconfortos intestinais;
- Fortalecimento da musculatura abdominal;
- Facilidade na recuperação pós-parto.
Geralmente os médicos recomendam exercícios na água para diminuir a retenção de líquidos e por ter pouco impacto. Porém, atualmente, alguns sugerem também o método Pilates devido a seus grandes benefícios.
Devemos ter alguns cuidados especiais com as futuras mamães. Não é interessante fazer exercícios muito longos, pois geralmente a mãe utiliza gordura e deixa o carboidrato para o feto. Se faz uma atividade física muito intensa, ela acaba utilizando mais o carboidrato, deixando a gordura para o bebê. Por isso deve-se tomar cuidado com essa mudança metabólica.
Verificar com frequência o padrão respiratório da aluna. Respeitar as mudanças citadas acima e fazer modificações de acordo com as necessidades dela. O cuidado deve ser em dobro com mamães sedentárias.
Contraindicações:
- Obesidade mórbida;
- Baixo peso extremo (IMC < 12);
- Sedentarismo;
- Trabalho de parto prematuro;
- Limitação ortopédica;
- Bronquite crônica;
- Hipertensão não controlada;
- Anemia severa;
- Hipertireoidismo não controlado;
- Diabetes tipo 1 não controlada;
- Arritmia cardíaca;
- Crescimento intrauterino retardado;
- Histórico de abortos.
Ainda não existem muitos estudos que comprovem os benéficos do método para gestantes. Mas alguns autores defendem que o Pilates pode trazer grandes benefícios durante a gestação, principalmente relacionados as mudanças posturais, fortalecimento muscular geral e melhora do sistema circulatório. Porém, outros autores acreditam que o método pode prejudicar o parto normal, devido ao aumento exagerado da musculatura do assoalho pélvico.
Sugestões:
– Evitar muita ativação da musculatura pélvica (o ideal seria em torno de 25 a 30 % de ativação);
– Trabalhar com a tabela de percepção de esforço e alternar o tipo de treino e de intensidade nas aulas. Cuidado com a frequência cardíaca, pois ela esta associada à intensidade do esforço e ao fluxo sanguíneo;
– Não realizar exercícios na posição supinada após o 4º mês (síndrome aorta – cava hipotensiva ou supina hipotensiva: o peso do feto comprime a aorta e a veia cava inferior contra a coluna lombar na posição deitada, podendo causar vertigens e até inconsciência);
– Tomar cuidado ao ficar muito tempo numa única posição e fazer as transições lentamente para não alterar a pressão arterial;
– O ideal é que a aluna tenha indicação médica e que faça uma análise postural para identificar os exercícios adequados e organizar os grupos musculares para não sobrecarregar apenas uma musculatura.
– Trabalhar com a tabela de percepção de esforço e alternar o tipo de treino e de intensidade nas aulas. Cuidado com a frequência cardíaca, pois ela esta associada à intensidade do esforço e ao fluxo sanguíneo;
– Não realizar exercícios na posição supinada após o 4º mês (síndrome aorta – cava hipotensiva ou supina hipotensiva: o peso do feto comprime a aorta e a veia cava inferior contra a coluna lombar na posição deitada, podendo causar vertigens e até inconsciência);
– Tomar cuidado ao ficar muito tempo numa única posição e fazer as transições lentamente para não alterar a pressão arterial;
– O ideal é que a aluna tenha indicação médica e que faça uma análise postural para identificar os exercícios adequados e organizar os grupos musculares para não sobrecarregar apenas uma musculatura.
Cuidados:
- Frouxidão das articulações;
- Não deixar muito tempo em quatro apoios;
- Não deixar muito tempo com apoios nas mãos (geralmente tem síndrome do carpo e tarso – dores no punho e tornozelo);
- Usar os acessórios para adaptar os exercícios;
- Evitar trabalhos isométricos longos.
Sugestões de exercícios:
- Mermaid no Cadillac ou Reformer com modificação (pernas cruzadas e se necessário usar apoio para sentar);
- Báscula de quadril sentado na bola (incentivar a mobilidade da pelve e quadril);
- Shoulder bridge (usar o Cadillac para os exercícios de solo);
- Séries Side kicks (com ou sem acessórios);
- Footworks na combo Chair;
- Rolling back no Cadillac.
É importante fazer um trabalho multidisciplinar e manter contato frequente com o médico da aluna.
Fiquem atentos! Boa aula!
FONTE:Revista Pilates